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04 abr 2018

Acabe com o vício do ããããã, ééééé

O gerente estava ããããã no escritório da empresa e ããããã, aí tocou o ããããã… Se você já estava ficando irritado com o ããããã que usei só como exemplo, imagine como as pessoas se sentem diante de alguém que se expressa com esse tipo de vício o tempo todo.

Por melhor e mais interessante que seja a mensagem, o excesso de ããããã se transforma num ruído tão avassalador que mata a concentração do interlocutor, mesmo que ele esteja muito interessado em acompanhar e prestar atenção no raciocínio.

O ããããã, ééééé e outros, que fazem parte da mesma família, se intrometem na comunicação por um motivo curioso: nosso pensamento trabalha a uma velocidade quatro vezes mais rápida que as palavras.

Em vista desse fato, é comum sabermos o que vamos dizer, só que as palavras ainda não surgiram para identificar o que desejamos comunicar. Sem nos darmos conta, procuramos uma forma de nos livrar desse desconforto.

Como conseqüência, enquanto procuramos as palavras damos uma espécie de aviso de que o pensamento está pronto e de que só falta externá-lo – aí é que entra o ããããã. É como se disséssemos assim: Eu sei o que quero dizer ééééé, ããããã…

Um ããããã aqui, outro ali não comprometem a qualidade da comunicação. Em determinadas circunstâncias podem até conferir certa naturalidade à maneira de falar. Entretanto, se participarem da fala com muita freqüência, podem tirar a concentração dos ouvintes.

Para eliminar o vício do ããããã é importante que tenha consciência da presença dele na sua comunicação. Para isso, valem as mesmas sugestões que dei para acabar com o né? (http://economia.uol.com.br/planodecarreira/artigos/polito/2008/06/30/ult4385u71.jhtm)

Para saber se está usando o ããããã com freqüência faça uma auto-avaliação. Observe se ao conversar normalmente costuma preencher as pausas com esse vício.

Outra maneira boa de saber se esse intruso está atrapalhando sua comunicação é pedir ajuda a um amigo ou a alguém da sua família. Provavelmente, como a pessoa está acostumada a ouvi-lo já dirá se você possui ou não o vício.

Outra boa solução é gravar suas conversas mais íntimas, especialmente quando estiver falando ao telefone. Deixe o gravador ligado durante toda a conversa para que possa fazer uma boa avaliação.

Talvez você fique até um pouco contrariado ao descobrir que usa tantos ããããã. Ficará mais irritado ainda ao perceber que usa o vício independentemente da sua vontade. Porém, depois de tomar consciência de que você possui o vício, aos poucos conseguirá afastá-lo.

Tenha muita paciência, pois quanto mais você se pressionar para encontrar a palavra que irá vestir seu pensamento, mais tenderá a usar o ããããã. Por isso, lembre-se sempre de que as palavras demoram um pouco mais para surgir, mas aparecem.

Valerá a pena você se esforçar para ficar em silêncio enquanto aguarda a palavra que irá corporificar suas idéias. Esse momento de silêncio funcionará como uma pausa expressiva e poderá criar maior expectativa sobre o que pretende comunicar, ou ainda valorizar o que acabou de transmitir.

Não seja negligente com esse aspecto tão relevante da comunicação. Dedique-se a eliminar esse vício que, de maneira geral, só atrapalha o resultado da mensagem. Tenha certeza de que assim se sairá melhor ao conversar com as pessoas ou tiver de falar em público.

Superdicas da semana:

– Descubra se ao falar usa o ããããã com freqüência

– Faça uma auto-avaliação, grave suas conversas ou peça a ajuda de um amigo

– Procure ficar em silêncio durante as pausas, por mais desconfortável que seja

– Se usar o ããããã não corrija na hora, procure só não usar de novo

Para ver outras dicas entre no meu site https://reinaldopolito.com.br/portugues/dicas.php?id_nivel=15

Livros de minha autoria que tratam desse tema: “Como falar corretamente e sem inibições” e “Superdicas para falar bem” (também em audiolivro), publicados pela Editora Saraiva.

 

Atenção – já estão abertas as inscrições para a palestra gratuita que farei na OAB, no dia 20 de agosto, para o lançamento do meu novo livro “Oratória para advogados e estudantes de direito”. Inscreva-se

http://www2.oabsp.org.br/asp/cultura/cultura05.asp?pgv=a&id_cultural=4759

 

 

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