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04 abr 2018

Adversários e aliados na vida corporativa

A vida corporativa é dinâmica e, quase sempre, competitiva. As novas ideias esbarram nas velhas posições cristalizadas. É só falar em mudança que a turma começa a rosnar. Cada um se vale dos argumentos que sustentam sua resistência e tenta por todos os meios fazer prevalecer sua maneira de pensar.

 

Nem sempre a contenda é explícita. Na maioria das vezes os embates se dão nas entrelinhas, na comunicação subentendida, na sutileza das ações camufladas. Você olha por cima das baias e vê o brilho cintilante das auréolas, como se o jogo político não participasse do relacionamento daqueles santinhos.

 

Briga de gente grande, amigo. Vencem os mais fortes, mais argutos e mais bem preparados. Nada de resmungar ou chorar pelos cantos. Já dizia meu avô, que não gostava de encrenca, quem não tem competência não se estabelece. Esse alerta vale também para as mulheres. Entrou na chuva, se prepare para o chuvisqueiro.

 

Há pouco tempo a candidata governista quis dar uma chiada, alegando preconceito pelo fato de ser mulher, e recebeu pancada de todos os lados. Até as mulheres ficaram indignadas com a choradeira. Não tem essa história de barriga me dói, não. Apanhou? Respira, sacode a poeira e bota o pé na estrada de novo.

 

A disputa por posições e conquistas é normal. Em certas organizações, até estimulada. Por isso, não dá para enfiar a cabeça no buraco e fingir que morreu. Desde moleque que acompanho as lições. Manhêêê, ele me bateu. E a mãe, do alto da sua sabedoria dizia: você é quem sabe, ou aprende a se defender ou fica aqui em casa. E com ironia completava: segurando na barra da minha saia.

 

Já que os debates, as diferenças de opiniões, os confrontos irão acompanhá-lo para onde você for, a não ser que queira ficar na arquibancada aplaudindo a luta dos gladiadores, precisa aprender a se virar. E aprender a se virar não significa sair por aí dando bordoada até na sombra. Não, você precisa saber agir com inteligência. E lá vai outra filosofia do meu avô: malandro esperto não reclama.

 

E malandragem aqui é no sentido figurado do termo. Pressupõe o comportamento que leva à vitória, sem nunca se afastar da ética, do respeito, da consideração. É a razão no comando e na determinação da conduta. É a arte do equilíbrio que ensina a contar até dez. Da sabedoria de usar a noite de sono como conselheira para as grandes decisões. E até de engolir sapo.

 

Lute, brigue, dispute, mas não se esqueça nunca de que seu adversário não é um inimigo. A não ser que você crie nele o sentimento “vendeteiro”. Aprenda a deixar sempre uma saída honrosa para que o seu adversário de hoje não se transforme em inimigo amanhã. E cuidado com a velha pregação inspirada no Príncipe de Maquiavel de que inimigo bom é inimigo morto.

 

Em determinado contexto você pode estar em posição contrária a um colega de trabalho, por exemplo, mas se tiver atitudes elevadas, a desavença se restringirá àquele momento. Passado o confronto, cada um volta para sua trincheira sem mágoa nem ressentimentos.

 

Ao defender suas ideias, mantenha a serenidade e aguce o espírito de observação. Avalie os sinais de fraqueza do seu oponente. Se perceber que ele está prestes a jogar a toalha, tenha consideração e mantenha as portas abertas para continuar mantendo um relacionamento cordial. Não o deixe agonizar até que ele possa se sentir envergonhado da derrota.

 

Esse é o momento de pôr em prática sua inteligência. Deixe uma saída honrosa por onde ele possa caminhar de cabeça erguida, em condições de encarar a todos, e principalmente a si próprio, com dignidade e altivez. Se você for sábio e competente para agir nessa direção, o adversário não guardará ressentimentos e poderá no futuro, quem sabe, ser até um bom aliado.

 

Um bom exemplo talvez seja a negociação comercial. Você consegue impor as condições com a força da sua argumentação e deixa o cliente ali vencido, levando o produto de que tanto precisa, mas se sentindo um perdedor. Pergunto: Que vantagem Maria leva se o cliente sucumbiu diante da sua esperteza, mas se sente tão humilhado que nunca mais retorna para efetuar novas compras?

 

Por isso, avalie bem a maneira como se comporta na vida corporativa. Não adote a política do avestruz, se escondendo e fugindo dos embates que a vida nos põe à frente, mas também não seja insensível, a ponto de tornar o opositor de hoje num eterno desafeto. Vale a pena. Aprenda cada dia mais a manter as portas da conciliação sempre abertas.

 

Superdicas da semana:

– Se tiver alguma chance de vitória, lute para ser corajoso e não um covarde.

– Se não tiver chance de vitória, fuja para ser prudente e não um irresponsável.

– Aprenda a transformar adversários de hoje em aliados de amanhã.

– Não reclame das injustiças cometidas contra você. Aprenda a enfrentá-las.

– Enfrente sozinho as derrotas. Chame os amigos para compartilhar as vitórias.

 

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Livros de minha autoria que ajudam a refletir sobre esse tema: “O que a vida me ensinou”, “Como falar corretamente e sem inibições”, “A influência da emoção do orador” e “Superdicas para falar bem” (também em audiolivro), publicados pela Editora Saraiva.

 

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