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04 abr 2018

Caça aos sonegadores

Alguns empresários gostam de viver perigosamente. Sonegam imposto imaginando que fazem um belíssimo negócio e que estarão sempre fora do alcance do fisco.

 

Está certo que superando 37% do PIB a carga tributária no Brasil é uma das mais elevadas do mundo e que manter as atividades pagando todas as dezenas de taxas e impostos direitinho se transforma num desafio permanente. Entretanto, será que vale a pena se arrastar por baixo da jaula do leão e transgredir?

 

Vejamos: Quem não pagar os impostos não poderá manter o dinheiro sonegado em sua conta bancária. Vai precisar distribuir em contas de parentes e amigos. Depois que o fisco aprendeu a ficar de olho na movimentação bancária ninguém escapa. Por isso, o sonegador vai precisar de um batalhão de gente para que os valores de cada conta não dêem na vista.

 

E dinheiro nas mãos dos outros é certeza de problema. Assim que surgir uma dor de barriga financeira, a turma não terá o menor escrúpulo em sacar a grana. Afinal, a consciência deles não vai pesar, já que foi produto de sonegação.

 

E problema financeiro é o que não falta na vida das melhores famílias! O sonegador deve ficar consciente também de que estará sempre nas mãos deles. No primeiro bate-boca a vizinhança toda saberá de cada um dos capítulos da sigilosa aventura.

 

Haveria ainda a opção de guardar o produto da operação em dinheiro vivo, real, dólar, euro, ou outra moeda qualquer. Agora, guardar aonde? Num cofre de banco? Os ladrões estão cansados de saber que tudo o que roubarem desses cofres jamais será reclamado, pois se fosse dinheiro quente estaria depositado ou aplicado em operações normais.

 

Em casa? Piorou. Porque além dos ladrões profissionais, a história contará com a participação especial dos gatunos de ocasião. Os empregados domésticos que não sejam tão ilibados, ou os eventuais prestadores de serviço de conduta semelhante acabam encontrando, mesmo que o esconderijo seja o colchão, a porta do guarda-roupa, o forno de um velho fogão, ou o teto da casinha do cachorro.

 

Parece ironia, mas, nessas circunstâncias, o digníssimo proprietário do caixa dois vai ser roubado e ainda por cima torcer para que ninguém descubra – nem reclamar com a polícia vai poder. E antes que alguém resolva globalizar a peripécia fiscal é bom saber que o sigilo das contas numeradas e dos paraísos fiscais tem todo o jeitão de estar com os dias contados.

 

Para quem ainda não ficou convencido, aqui vai mais: cada vez menos os fiscais precisam visitar as empresas para saber como andam as operações, pois tudo está sendo informatizado, com informações cruzadas automaticamente por programas aperfeiçoados e aprimorados dia-a-dia.

 

Sem sair da cadeira, a fiscalização cruzará todas as declarações que a empresa está obrigada a entregar, como declaração dos débitos e créditos tributários, declaração do imposto de renda retido na fonte, declaração das atividades imobiliárias, demonstrativo de apuração de contribuições sociais. Só para citar algumas. Ou seja, a sonegação vai exigir a montagem de um controle tão perfeito que será impossível deixar de dar uma vacilada.

 

Vamos imaginar ainda que o empresário se dê a esse trabalho todo e consiga enganar o fisco. E aí? Vai fazer o que com o dinheiro se não poderá comprar nada com ele? Vai passar a vida comprando carro usado, passando escrituras de imóveis por preços menores? Haja vocação para clandestinidade!

 

E se depois de toda essa mão-de-obra, o espertinho ainda for apanhado e comprovarem a intenção da fraude, vai morrer com uma multa de até 150% do valor apurado.

 

Por essas e por outras, talvez seja mais apropriado contratar um consultor competente e investir num bom planejamento tributário. Essa iniciativa poderá fazer com que a empresa, legalmente, pague menos impostos e seu proprietário deixe de se apavorar quando anunciarem a visita de uma fiscalização.

 

Tudo o que acabei de falar, com as adaptações adequadas, poderá ser transportado do CNPJ para o CPF, isto é, os perigos da sonegação valem tanto para a pessoa jurídica quanto para a pessoa física. Por isso, fique bem atento e pense duas vezes antes de tentar ser mais esperto que o fisco.

 

 

Superdicas da semana:

– Pagar imposto é antes de tudo questão de cidadania

– Erro pode ser considerado sonegação, por isso confira sua declaração várias vezes

– Contrate um consultor competente para assessorá-lo

– Faça planejamento tributário. Você pagará menos imposto de maneira legal.

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