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04 abr 2018

Chega de dizer “né?”

Alguns vícios se tornam tão desagradáveis na comunicação que podem prejudicar e até comprometer o resultado da mensagem. Um dos mais comuns e também dos mais irritantes é o “né?”.

Se você for daqueles que dizem “né?” com freqüência no final das frases, talvez esteja prejudicando o resultado de suas conversas sociais e de negócios e até de suas apresentações diante das platéias.

Embora o “né?” seja o vício de maior destaque, ele é apenas um dos componentes de um time de chatos bastante familiares como “tá?”, “ok?”, “percebe?”, “entendeu?”, “tá certo?” e tantos outros.

Por isso, ainda que eu me refira apenas ao “né?”, saiba que as considerações podem ser aplicadas a todos eles. Veja como esse vício se intromete na comunicação e o que fazer para eliminá-lo.

O “né?” vai se infiltrando de forma tão sorrateira que você passa a usá-lo sem perceber. Alguns alunos do meu curso ficam surpresos quando percebem na gravação dos seus exercícios que em dois minutos usaram mais de uma dezena de “né?”.

Portanto, o primeiro passo para afastá-lo da sua comunicação é ter consciência da existência dele. Ao se dar conta de que o “né?” participa ativamente de suas conversas irá se sentir desconfortável que tenderá a evitá-lo.

No início, como o uso do “né?” é inconsciente, você terá alguma dificuldade para eliminá-lo de uma vez. É possível que fique revoltado por se sentir impotente para retirá-lo da sua comunicação.

Com o tempo, entretanto, você aumentará o controle e passará a reduzir a incidência até chegar a um número tolerável de dois ou três em uma conversa ou apresentação, o que até faz parte da forma natural de se expressar.

Para saber se o “né?” é um problema em sua comunicação, quando estiver falando ao telefone use um gravador de áudio comum para gravar sua conversa.

Deixe o aparelho gravando o tempo todo para que possa falar com naturalidade, sem se incomodar com ele. Talvez se surpreenda com o resultado e seja um dos candidatos a trabalhar para afastar o né? da comunicação.

Outro motivo para o surgimento do “né?” é a insegurança. Minhas pesquisas junto aos alunos do nosso curso de oratória mostram que este é o motivo mais forte para a presença desse vício.

Quando uma pessoa está insegura, de maneira geral, precisa de um retorno positivo dos interlocutores ou da platéia, e fala como se estivesse perguntando:

Estou sendo claro, né? Estou falando bem, né? Vocês estão entendendo, né?

Ainda que esteja inseguro, não revele esse fato aos ouvintes. Fale sempre como se tivesse certeza e estivesse convicto da sua mensagem e se expresse afirmando e não perguntando.

Fique atento – se perceber que o tom e inflexão da voz no final das frases são de quem faz uma pergunta mude a maneira de falar e conclua a informação como se estivesse afirmando. A não ser, evidentemente, que o seu objetivo seja mesmo o de perguntar.

Trabalhe com afinco para combater esse vício e fique sempre vigilante, pois se negligenciar, ele reaparecerá nos momentos em que se sentir mais inseguro e vulnerável. Por isso, não vacile, fique sempre muito vigilante.

Superdicas da semana:

– Grave suas conversas ao telefone para verificar se possui o vício do “né?”

– Se o “né?” insistir em permanecer não desanime, com o tempo ele desaparecerá.

– Use a entonação de quem afirma quando desejar afirmar, não de quem pergunta.

– Nem sempre o “né?” é um vício, às vezes verifica a compreensão do interlocutor.

 

Entre no meu site (https://reinaldopolito.com.br/portugues/dicas.php?id_nivel=15) para ver outras dicas de comunicação

 

Livros de minha autoria que tratam desse tema: “Como falar corretamente e sem inibições”, “Seja um ótimo orador” e “Superdicas para falar bem” (também em audiolivro), publicados pela Editora Saraiva.

 

Atenção – Nesta segunda, às 21h, entrevisto o Dr. Içami Tiba no meu programa de televisão – Falando com Polito. É na SKY, JBN TV, canal 150.

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