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28 mar 2024

Eu estava lá

Reinaldo Polito

Rui Júlio foi um amigo de infância e o maior craque com quem já joguei futebol. Era ele de um lado e Edélcio Margonar do outro. No campo da baianinha, que ficava a menos de 100 metros da Praça do Faveral, os dois disputavam no par ou impar quem começaria a escolher entre os cerca de quinze meninos os jogadores que ficariam em seus times. Embora eu não tivesse a categoria dos dois, sentia-me orgulhoso porque era sempre o primeiro a ser escolhido. Rui era o melhor e o mais habilidoso entre todos. Um jogador que dominava todos os fundamentos: corria e se posicionava com elegância, desmarcava-se dos adversários com tranqüilidade, driblava e chutava com precisão, e tinha uma qualidade que vi em poucos jogadores de futebol, corria sempre com a cabeça levantada, pois sabia onde a bola estava sem precisar olhar para o chão.

Rui estreou como jogador profissional pela Ferroviária num jogo contra o Santos. Eu estava lá grudado no alambrado e muito emocionado vendo o amigo tirando fotografia ao lado do Rei  Pelé. Há poucos dias fui visitar meu amigo Gilmar (Catarina) e descobri que ele guardava a foto que eu vi ser tirada naquele jogo de estréia. Ele me emprestou para que eu pudesse mostrar a você. Rui morreu moço num trágico acidente automobilístico quando retornava de um curso que fizera em São Paulo. Neste mês de agosto faz 17 anos  que o querido amigo e grande craque de futebol nos deixou. Todos sentimos muita saudade.

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