Reinaldo Polito

Prepare-se para deixar seu coração araraquarense muito orgulhoso. Quando assistimos aos jogos dos campeonatos espanhol, francês e italiano sentimos uma grande alegria, pois em quase todas as boas equipes encontramos jogadores brasileiros brilhando. Só no galáctico Real Madri temos uma constelação de craques: Ronaldo Fenômeno, Roberto Carlos, Cicinho, Júlio Baptista, Robinho. No Barcelona temos o melhor do mundo pelo segundo ano consecutivo, Ronaldinho Gaúcho, o mágico da bola,  Edmilson, Beletti, Deco. Na Itália é outro arraso, Dida, Cafu, Kaká, Emerson, Serginho, Amoroso, Adriano. Na França temos Juninho Pernambucano, Fred. Só para citar alguns, sem falar em outros países como Alemanha, Bélgica, Holanda, Rússia, Suíça, etc. Se não ganhamos a copa do mundo pela sexta vez, pelo menos estamos muito bem representados por esses artistas da bola. Uma boa medida da projeção desses jogadores são os contratos que eles assinam, sempre com muitos dígitos pagos em euro.

Veja que interessante, quando se fala em automobilismo é unanimidade ressaltar o pioneirismo de Emerson Fittipaldi. Todo mundo sabe que foi o Rato quem meteu a “mochila” nas costas e destrancou as portas internacionais para outros brasileiros entrarem na fórmula 1. Sua primeira corrida nesta categoria foi no dia 18 de julho de 1970. Atrás dele vieram nada mais nada menos que Piquet, Senna, Barrichello e Felipe Massa.

Entretanto, se no automobilismo esse pioneirismo é tão conhecido, no futebol pouca gente sabe quem foi o desbravador. A notícia me foi dada por um dos maiores pesquisadores da história do futebol mundial, Max Gehringer. Segura que essa é boa – o primeiro brasileiro a jogar na Europa foi um araraquarense, Roberto Porta. Ele nasceu em Araraquara em 1896 e atuou no Verona da Itália de 1914 a 1929. Imagine só, se hoje ainda tem gente pensando que a capital do Brasil é Buenos Aires, o que deve ter passado o nosso conterrâneo naquela época para conquistar o seu espaço.