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04 abr 2018

Uma jogada vista por diversos ângulos

Há pouco tempo a seleção brasileira fez um jogo amistoso em Zimbábue. Praticamente todos os jornalistas criticaram o Brasil por jogar no país governado pelo ditador Robert Mygabe. Não li nenhuma matéria que não tenha recriminado os brasileiros por terem realizado esse jogo.

 

Realmente não há como discordar. O ditador gastou uma grana para poder se promover em cima de um jogo de futebol. Ainda bem que Dunga teve o bom senso de recusar o convite para visitar o palácio de Robert Mygabe. Não só não foi como determinou que a comitiva não participasse do marketing oportunista.

 

Até aqui tudo certo. Esse raciocínio é lógico e segue a letra fria de uma cartilha interpretada por onze de cada dez jornalistas que se dispuseram a falar sobre o evento. Não foi por falta de espaço, entretanto, que outros ângulos da questão não foram observados.

 

Sim, e o outro lado? Será que outros ingredientes não poderiam ser vistos num assunto tão complexo, intrincado e que, embora tenha sido abordado por um único viés, não deixa de ser polêmico? Que tal analisarmos pontos que não foram tocados e que podem mostrar um cenário distinto de tudo o que foi comentado sobre esse episódio?

 

Ninguém comentou, por exemplo, que a realização desse jogo foi uma oportunidade única para dar alegria a um povo que já carrega sua cota de sacrifícios. Ou será que alguém imagina que os zimbabuenses gostam de viver debaixo de um regime ditatorial? Impedir que o Brasil se apresentasse naquele país seria penalizar duas vezes sua população. Viver na ditadura e não ver um jogo da seleção brasileira.

 

Imagine, por hipótese, que nas épocas em que vivemos sob a ditadura o povo brasileiro fosse impedido de assistir a bons jogos de futebol. Seria justo?  Só para relembrar, o Brasil disputou seis copas sob ditaduras, duas na época em que o ditador era Getúlio Vargas e quatro com o regime militar. Como disse com propriedade Max Gehringer em uma das conversas que tivemos: as ditaduras são passageiras, o futebol é perene.

 

Esse é apenas um dos incontáveis temas que circulam pela imprensa no dia a dia. A leitura de jornais, revistas e textos publicados na internet é um dos melhores recursos para a aquisição de conteúdo. Devemos tomar cuidado, entretanto, com a análise das informações que recebemos para que possamos tirar nossas próprias conclusões.

 

Temos de ter em mente que um mesmo tema pode apresentar diferentes facetas que precisam ser observadas. Como nesse caso, se depois dessas ponderações você ainda julgar que o Brasil errou ao jogar em Zimbábue, tudo bem é uma opinião madura, bem pesada, que deve ser levada em consideração.

 

Se você decidir mudar de opinião, também está ótimo, pois refletiu sobre o tema e resolveu pensar de forma diferente. Esse deve ser o nosso comportamento – analisar as diversas opiniões, consultar a nossa razão e decidir sobre o melhor caminho a seguir.

 

Se mais tarde, chegarmos à conclusão mais uma vez de que deveríamos mudar a maneira de pensar, sem problema. Temos o direito de tomar a decisão que bem entendermos, desde que possamos pensar, refletir, avaliar e com isenção e liberdade adotar a posição que julgarmos mais conveniente.

 

Em uma apresentação não existe nada mais importante que o conteúdo. Por isso, temos de ser criteriosos na avaliação das informações que pretendemos transmitir. Um grave erro seria ouvir ou ler opiniões de terceiros e repeti-las como se todas estivessem sempre respaldadas em uma verdade absoluta.

 

 

Superdicas da semana:

– O conteúdo é aspecto mais importante para quem fala em público.

– Leia jornais, revistas, ouça programas de rádio e assista à televisão para se informar.

– Tenha o cuidado de analisar as informações por ângulos diferentes.

– Desenvolva o hábito de ler jornalistas com visões diferentes para ter sua própria opinião.

 

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Livros de minha autoria que ajudam a refletir sobre esse tema: “Como falar corretamente e sem inibições”, “Assim é que se fala”, “Superdicas para falar bem” e “o que a vida me ensinou”, publicados pela Editora Saraiva.

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