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04 abr 2018

A esposa do político sobe no palanque

A campanha política começa a ferver. Os candidatos lançam mão de todas as armas de que dispõem para conquistar os votos dos eleitores. Uma das mais importantes é o aprimoramento da oratória, o que não é nenhuma novidade. Afinal, na maioria dos casos, os discursos políticos são os responsáveis pela vitória ou derrota nas eleições.

 

É pouco sabido, entretanto, que as esposas dos candidatos políticos também vão à luta nessa época de campanha. Elas fazem reuniões, discursam, pedem voto, falam bem do marido e instigam as pessoas a comparecerem às urnas para exercerem a cidadania. Na maioria das vezes essas mulheres são mais autênticas e convincentes que os próprios candidatos.

 

Algumas que me procuram aparecem tímidas, hesitantes, nervosas, sem muita convicção de que possam se sair bem nessa empreitada. No final, felizes, descobrem que sua competência oratória está acima, muito acima de suas próprias expectativas. Terminam o treinamento emocionadas, ávidas para mostrar ao marido o desempenho que podem ter na tribuna.

 

Todos os exercícios são gravados. É emocionante ver como elas colocam o DVD na bolsa, como se carregassem para casa um verdadeiro troféu. Muitas me contam que ao retornarem reúnem imediatamente a família para passar a gravação e mostrar como evoluíram no curso.

 

Algumas se saem tão bem na função de cabos eleitorais que também acabam se candidatando e vencendo eleições. A maioria, entretanto, assim que a votação termina, considera a missão cumprida e se recolhe na paz do lar para cuidar dos filhos.

 

Gosto muito de treinar as esposas dos políticos. Quase sempre são pessoas anônimas, sem vaidade pessoal, que preferem distância dos holofotes. Se tivesse de definir o perfil dessas mulheres diria que são dedicadas, disciplinadas, obstinadas e corajosas. Não mentem. Apenas contam com entusiasmo o que sabem da atuação política do marido.

 

Na conversa inicial que tenho com elas ouço histórias muito semelhantes. Precisam fazer discursos em pequenas reuniões para ajudar o marido a se eleger. O problema é que não sabem como se comportar. Algumas dizem ficar tão nervosas que não conseguem abrir a boca para pronunciar o próprio nome.

 

Pergunto o que conhecem sobre a atuação do marido. Praticamente todas sabem quantos projetos eles apresentaram, quantos foram aprovados e que benefícios proporcionaram à população. Em seguida peço que se dirijam à tribuna e repitam o que disseram para mim na conversa informal.

 

Problema resolvido. Descobrem que o diabo não tão feio quanto imaginavam. Mais alguns exercícios e já estão morrendo de vontade de retornar às bases para falar dos feitos do marido, pedir votos e ajudá-lo a vencer as eleições. Por isso, quando você vir uma mulher discursando saiba que nem sempre é uma candidata, pode ser apenas a esposa do candidato.

 

Ah, em 35 anos fazendo esse trabalho nunca recebi um único marido de candidata política.

 

Superdicas da semana:

– Ajude o parceiro ou a parceira em seus projetos de vida.

– A família é o maior estímulo e amparo que se pode ter.

– Os concorrentes e adversários devem estar fora, não dentro de casa.

– Às vezes, para ajudar, basta apenas ouvir.

 

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